terça-feira, dezembro 07, 2004

o que uma pessoa diz..."dizes tu c'us nerbos..."

Não sei se hoje a lua está cheia ou se é normal que ainda tenha a pulsação acelerada às duas da manhã. não consigo perceber o que se passa, também não perderei tempo a pensar no porquê daquilo que pode ser normal se a lua estiver cheia lá fora.

lá fora é tão longe.
e aqui, nesta cadeira, já aqueci o meu lugar.

a televisão está desligada desde as 23:36, hora a que decidi dar-te sinal de vida, a ti, que já foste mais da minha vida que agora.
na altura não disseste nada, mas ás duas da manhã o telefone está-m a tocar nas mãos. não sei se te atenda, não me ligas há muito tempo.

atendo-te.

"estou? estou?"
não estás.
deves ter um telefone qualquer desses de ultima geraçao (não-rasca) que fazem tudo menos as chamadas que tu escolhes...porque tu não ias escolher telefonar-me a mim, já te conheço.
aliás, a última vez que falamos, ou antes, que tentei tirar qualquer coisa da tua voz só consegui que me dissesses que estavas melhor antes de eu aparecer(bem mais valia teres ficado calado), por isso sei que não queres as minhas palavras... és meio autista, meio disléxico, meio criança, todo ingénuo - só por isso é que não te mandei á merda nesse dia.

10 segundos.estou farta de ouvir o teu silêncio, continuas sem dizer nada.quando eu quis que ficasses no silencio comigo tu não quiseste, agora sei como 10 segundos podem ser tempo a mais...
não quero mais ouvir-t calado,
não preciso mais de ti.
foste um escudo ao meu passado, agora és um passado que podia ter sido escusado, e isso é algo que te agradeço: o saber que despareceste tão cedo que não preciso de me preocupar em limpar-te da lista das minhas histórias pouco-extraordinárias.

já tu não vais dizer o mesmo, eu sei que te vais lembrar de mim...quando cresceres, um dia. quando deixares de confundir a lua cheia que existe lá fora (?) com a bola de futebol cor-de-laranja que tens nos pés.

vou tentar dormir, oiço a chuva lá fora, n deve haver lua hoje.espero amanha lembrar-me do que vou sonhar, que estas horas de vida perdidas na cama sirvam pelo menos para ter historias para contar, ou para esquecer, que seja.


29.05.04

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