quinta-feira, julho 23, 2009
(in a manner of speaking)
Cala-me com o teu silêncio para que me consiga ouvir em ti.
Não me encontro, nem sei se me quero encontrar.
(sou demasiado egoísta para me saber ver onde não deveria estar).
Não me ligues mais.
Não ouças os meus gritos, nem limpes as minhas angústias.
Não me substituas de mim, como se fosses outra parte de mim.
Se te quero é por seres silêncio que me deixa ouvir,
voz que me deixa calar,
fantasia que me deixa sobreviver.
Não sejas o céu onde brilho,
ou o mar onde nado,
ou o espaço ultra sintonizado onde escrevo o que não sou capaz de dizer.
Não fales mais,
diz-me nada.
Mas abraça-me
uma...
e outra...
e outra vez...
*Mó
23.07.09
(In a manner of speaking I just want to say that I could never forget the way
You told me everything by saying nothing
In a manner of speaking I don't understand how love in silence becomes reprimand
But the way that I feel about you is beyond words
In a manner of speaking I just want to say that just like you I should find a way
To tell you everything by saying nothing
In a manner of speaking semantics won't do in this life that we live we only make do
And the way that we feel might have to be sacrified
Oh give me the words, give me the words that tell me nothing
Oh give me the words, give me the words that tell me everything)
terça-feira, junho 16, 2009
Hoje tinha de falar contigo.
Queria telefonar-te e dizer-te que sem ti não me sinto a mesma, não me reconheço mais.
Não suspiro antes de adormecer, não acordo a meio da noite contigo a falares, sonâmbulo, comigo a tentar entender-te.
Tentei entender-te, meu amor. Tentei entender-nos, perceber o que de nós era realmente nosso, o que era mais do que só teu ou só meu.
Tentei decifrar as dúvidas, questionar as certezas, para que fosse certo que era tua, que eras meu.
Tentei dar razão ao que sentíamos, para que fosse inteligível que te amasse.
Não sonhávamos as mesmas coisas, não queríamos os mesmos lugares, não gostávamos dos mesmos sabores. Não víamos os mesmos programas, e não ouvíamos as mesmas musicas. Não sabíamos dançar os dois - calcávamos os pés um do outro, e sorriamos.
Não éramos iguais, sabíamos disso, e mesmo assim, amávamo-nos.
Não interessava que não quisesse o mesmo lugar que tu, porque desde que te tivesse por perto, tudo fazia sentido. Desde que o teu ombro fosse meu todas as noites, que os teus lábios me acordassem de manha, que as tuas lágrimas se soltassem junto com o teu sorriso quando me visses chegar, tudo era perfeito.
Eu fui só tua.
Desde a primeira vez, por todos os dias.
E hoje, tinha de falar contigo.
Porque era mais um dia nosso, mais um motivo para celebrar como tantos que fomos sabendo inventar.
“Não me deixes”. Apetecia-me pedir-te.
Apetecia-me pedir-te só mais um dia, só mais uma hora. Só mais um beijo.
Apetecia-me pedir-te que antes de partires me deixasses o teu cheiro, o teu olhar e a tua voz, porque acho que sobreviveria assim.
…Pedir-te que me roubasses só mais uma vez a alma do corpo, como fazias quando adormecíamos os dois, as minhas costas no teu peito, os teus lábios no meu cabelo.
Pedir-te que me chamasses “pateta”, como me baptizaste e me eternizaste na nossa história.
Hoje é o nosso dia, e eu não sei o que faço aqui. Não sei como passar o tempo sem sonhar com a hora em que vais chegar, dar-me um presente que adivinho, com um bilhete que finjo ficar surpreendida de receber. Sem planear ao detalhe o momento em que trago o bolo, com três velas e canto para nós, com o rosto rasgado em felicidade.
Sem te achar o homem mais lindo do mundo quando me abraças e me dizes ao ouvido
“amo-te princesa”.
Não sei como dormir, como passar a noite de hoje sem te sentir a passear os dedos na minha pele.
Não sei, hoje mais do que nunca, como convencer a razão que não há razão para que nos amemos mais.
Porque hoje, o dia de hoje, é feito de uma praia, de um vendaval e de gaivotas.
É feito de nós.
(sinto a tua falta).
*Mó
17.06.09
“Já não preciso de contar histórias. Deixo cair todos os efeitos lustrosos e atinjo o próprio coração do amor, essa tinta espessa que flutua sobre o tempo e transfigura tudo aquilo em que toca. Pode ser uma palavra amachucada, uma flor que envelhece, um búzio onde ainda cintila o mar onde já não vive. Pode ser o teu rosto de ontem, ou o que dele resta para hoje. O que importa não é o enredo, a forma, nem sequer a cor.
O que importa é a circulação conjunta de um corpo e de uma alma em torno do despojado sedimento da sua verdade.”
“Fazes-me falta”, Inês Pedrosa.
quinta-feira, abril 30, 2009
eu tinha de ter arranjado maneira de chegar perto do poeta das palavras, senão não descansava...e escrevo para no silencio lhes dar os parabéns, aos dois. Ao premiado, e sobretudo àquele que dá o nome ao prémio.
São dois mestres, carimbados no passaporte que vou fazendo de mim.
terça-feira, abril 07, 2009
[Eu ando pelo mundo]
Pela janela do quarto, Pela janela do carro, Pela tela, Pela janela, Quem é ela , quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado, remoto controle. Eu ando pelo mundo, e os automóveis correm para quê? As crianças correm para onde? Transito entre dois lados , De um lado eu gosto de opostos, expondo o meu modo,me mostro . Eu canto para quem? Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê? Minha alegria, meu cansaço? Meu amor cadê você? Eu acordei, não tem ninguém ao lado. Pela janela do quarto, Pela janela do carro, Pela tela, Pela janela, Quem é ela , quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado, remoto controle.
Esquadros - Adriana Calcanhoto
domingo, abril 05, 2009
Que me desses tudo
Que inventasses o que
Não tivesses
E fosses oriundo
Dos sítios onde nunca me deixaste chegar.
Uma vez pedi-te que me
Ensinasses a voar.
Pedi que me cantasses
Ao luar
E que me contasses
Histórias de encantar.
Que as inventasses
Que mas cantasses
Mesmo que a voz te falhasse
Mesmo que a canção acabasse
Que a lua esvaziasse
Ou que eu
Já nem te amasse.
Pedi-te uma vez
E outra
E outra vez
Que fosses perfeito
Ou que apenas
Não me fizesses do sonho
Um sonho desfeito.
Que gracejasses
Que confessasses
Tudo
Que me mostrasses
No lugar do peito
Um insuspeito
Infinito.
que me desses mudo
o amor num grito.
Pedi-te que fosses
Mais do que és.
Que me desses mais
Do que tens.

E agora que me és
E agora que me tens,
Peço-te
Não mo dês.
Não o dês a ninguém.
Porque amar não é pedir,
É somar.
Não é ter,
É querer.
Não é saber,
É sentir.
Não é sonhar
É viver.
E se ao pedir
Mais,
Nem que seja por uma vez…
se pedir for demais
Não dês.
Por amor não dês.
Nem peças.
Sem promessas
partilha.
Divide o coração
E sente saudade
Que amar sem solidão
É amar sem liberdade.
*Mó
17.03.09
foto: autoretrato. Mónica Filipa Guerra
sábado, março 07, 2009
O tempo inteiro para mim.
Para o que gosto e o que não gosto num segundo,
para os silêncios e as solidões,
para chorar até ao fundo, para rir sem razões.
O tempo inteiro para enlouquecer,
para acreditar e desiludir,
para gritar, para acordar,
para dormir, para não dormir.
O tempo inteiro para cair.
Para me levantar,
Ou para me deixar ficar.
Tempo inteiro para sentir saudade,
Para matar saudade
Dum principio de mim
Sem tempo para ter fim,
Sem tempo
Para parar.
Tempo inteiro para ter
E para perder
Para recuperar.
Para esquecer.
Tempo inteiro para viver
E morrer.
E desta morte só que anuncio,
Tempo para um mar
E um rio.
Tempo para ter tempo
num tempo demais
em lugares grandes demais…
Lugares onde tenho tempo
para os tais tempos
em que caibo demais em mim.
Tempo para ser eu
assim.
Ou assim assim.
Ou não ser
se não quiser
Tempo de menina
feita mulher.
Tempo sozinha
Com um mundo por trás.
Tempo para o tanto faz.
O tanto fez…
Para ser o que fui
Para saber o que és.
Tempo de inventar
e criar o que souber.
De ter medo.
Tempo de ter muito medo.
Tempo aqui,
sem ti.
O relógio que nunca tive no pulso já mais não tenho na mente.
Não sei mais limitar as minhas horas, agora que todas são minhas.
Mereço menos, preciso de menos, porque o tempo que não se dá é tempo que não se tem. A noite e o dia misturam-se, o frio e o calor subvertem-se. Por dentro e por fora confundo-me. Não sei mais ser dona só de mim. Não sei mais de mim…
(volto já, volto sempre, porque levo os meus lugares dentro de mim, a memória no presente. Todos os dias, todos os tempos. Porque eu sou o que tenho, não tenho nada do que sou. E a vossa presença, a vossa persistência dentro de mim é o que me faz ser a solidão quando ela é doce, as vossas vozes são o que tornam as minhas palavras melodias.)
Com amor, e saudade,
*Mó
01.03.09
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
Canção do Engate
Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos
Tu estás só e eu mais só estou
Que tu tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta
Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás
Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia
Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada
Até já...*
vou ali e volto já***
*Mó
Lua nova
Não marcavam hora, deixavam que o tempo os levasse, não marcavam sitio, deixavam que o vento lhes dissesse de onde vinha essa vontade de se tocarem.
Eram novos, muito novos, duma juventude que amedronta a idade e a razão, e todos os dias, à meia noite ficavam gigantes. Ele transformava-se num herói de capa e espada, daqueles que já nem se contam mais nos contos de encantar, e ela, numa princesa enclausurada, que ganhava lanço e aprendia a voar. O feitiço apanhava-os sem que pedissem, e fazia deles um mundo paralelo onde não cabia mais nada, mais lugares, ou mais horas. Eram só eles, naquele tempo e naquele espaço, irrepetiveis, inesqueciveis, enamorados.
Prometiam o infinito com um olhar, enquanto se deliciavam com o canto dos silêncios que deixavam acontecer.
Encontravam-se, mas não se encontravam so no tempo, nem no espaço, encontravam-se num passado que nunca tiveram, como se sempre tivessem estado ali, como se não fizesse sentido outras historias antes daquela, outros contos antes daquele canto.
Encontravam-se na alma, naquelas lamechices que nem acreditavam, falavam com o cheiro, tocavam-se com o desejo, sem precisarem de entrelaçar a pele.
Amavam-se toda a noite, corriam pela rua vazia, despidos de sentido, corriam sem destino, sem motivo, sem razão.
Corriam com os olhos vidrados, esfomeados de luz e paz. Corriam enfurecidos, deseperados, queriam passar o limite que separa o infinito do futuro.
Eles queriam ter futuro, ter um amanhecer, ter um sol, só um sol.
Queriam ter um castelo, e uma nuvem onde dormir.
Queriam um rio, e um planalto.
Queriam tocar-se.
Mas ao primeiro raio de sol não se conseguiam ver.
Ele perdia a capa e a espada, perdia o cavalo e voltava a pé, com chumbo no pé, sem poder correr.
Ela descontrolava as asas, que a levavam para a janela da torre de onde não sabia sair.
Na torre ela tinha rios, descalço ele caminhava planaltos, ela tinha um castelo, ele de dia via as nuvens. Os dois tinham o sol.
Mas perdiam o mar. E perdiam o infinito. Perdiam o olhar que vem de dentro, e o cheiro que fala. Perdiam a voz dos que se falam sem palavras.
Perdiam-se um do outro.
E um dia, a lua não apareceu.
Ela não voou, ele não cavalgou. Adormeceram os dois, mas não sonharam.
Porque os sonhos são o lugar da liberdade, e a paixão é o tempo em que ela aconteçe.
*Mó
27.02.09
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
A noite que me entoa os passos
pelas ruas onde passo
recua-me os sentidos
que bem escondidos,
sofridos
temidos
esperam que me esperes
nos teus braços.
O silêncio que me come
os tempos
ouve-te calar
por fora
e agora
que vou embora
em passos...lentos...
seguro-me pelos cantos
na esperança que me esperes
nos tantos
silencios que tiveres.
É tarde
que o sinto.
E é tão tarde que outrora
amanheceria a esta hora
numa espécie de aurora
e infinito.
Amanheceria contigo,
e em fingimento
só para que o sol
vindo do vento
fizesse desta hora
a demora que eu quisesse..
É tarde
e é silêncio
e os meus passos tortos,
mortos,
loucos,
são poucos.
Não te trazem
não me calam
não te levam
não me valem.
Não me servem:
Se não me adormecem
e não te chamam
não nos amam.
*Mó
20.02.09
img: http://www.gsfc.nasa.gov/gsfc/spacesci/pictures/soho/eclipse.jpg
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
Em planetas como Marte só é possível haver eclipses parciais ou seja, anulares (semelhante ao alinhamentos do planetas Mercúrio e Vênus muito comum na terra), uma vez que os dois satélites (Fobos e Deimos) estão distanciados da superfície para cobrir o Sol por completo. Mercúrio e Vênus são planetas nos quais supõe-se não haver eclipses, uma vez que além de serem muito próximos do Sol, não têm satélites conhecidos.
in http://pt.wikipedia.org/wiki/Eclipse
You could be from Venus
I could be from Mars
We would be together
Lovers forever
Care for each other
You could live in the sea
And I could be a bird
We would be together
Lovers forever
Care for each other
If you wear an illusion
I will make it real
We would be together
Lovers forever
Care for each other
If you walk in the sun
I will be your shadow
We would be together
Lovers forever
Care for each other
quarta-feira, janeiro 28, 2009
A música toca tão baixo que não a consigo cantar, canta tão alto que não a decifro.
Hoje decidi parar.
O vento congela-me o corpo como a dor que me congelou os sonhos inconcretizáveis. Queria que esta tisana quente, que bebo em goles pequenos, me incendiasse o peito, e que no meio da chama eu queimasse.
Queria ser o fogo dos mortais que em algum lugar ardem de amor e solidão partilhada.
Mas a minha solidão hoje é só.
Só eu, e a tisana quente que só o corpo consegue aquecer.
Dentro do escuro, o mar.
Não o ouço, a música tão alta não deixa.
Não o vejo além, o vidro que me protege reflecte a minha imagem.
Não o cheiro.
Mas sei-o lá...
Sempre agitado, sempre diferente. Todos os dias avança e recua. Permanece.
E eu que ás vezes avanço demais, às vezes recuo demais, já não sei o meu lugar.
Hoje, nesta solidão tão só, apagaram-se as luzes dentro de mim, e deixo-me sentir.
Hoje não canto, nem danço, nem vejo nada além de mim reflectida no vidro, com uma tisana entre as mãos.
Hoje volto a ser eu mais a solidão escurecida do que já fui.
Hoje não sou tua, nem minha, não tenho tempo nem sentido.
Hoje sou. Só sou. Sou só.
Sem dono e sem amor. Sem nada. Sem mim.
Sem pensar. Sem sentir.
Hoje morri para renascer a seguir.
(a tisana acabou).
*Mó
25.01.09
domingo, dezembro 28, 2008
Burn it blue
Heart running on empty
So lost without you
But the night sky blooms with fire
And the burning bed floats higher
And she’s free to fly…
Woman so weary
Spread your unbroken wings
Fly free as the swallow sings
Come to the fireworks
See the dark lady smile
She burns…
And the night sky blooms with fire
And the burning bed floats higher
And she’s free to fly…
Burn this night
Black and blue
So cold in the morning
So cold without you
(...)"
Quero tocar-te mas tenho as mãos secas.
No frio que vem fazendo, deixei-me congelar, e agora que te quero tocar, já não sou capaz. De tão frias, as mãos secaram, a pele enregelou, abriram golpes e inflamou. Quero tocar-te, mas tenho as mãos muito secas.
Quero olhar-te, mas já não sei.
Deixei de ver no dia em que te vi. Perdi os enquadramentos todos, encheste-me a tela mental e só te soube pintar a ti. Deixei de olhar porque dizias-me que eras o mundo inteiro dentro de ti e que esse mundo inteiro era tudo o que eu podia querer. Deixei de ver porque acreditei em ti.
Acreditei sempre tanto em ti.
Mas agora está muito frio, e eu virei-me para dentro. Demorei a saber onde estava o que ainda sobrava de mim depois do ciclone que foste.
Mas uma névoa embrulhou-me os sentidos e fez-me correr tão devagar que reconheci o caminho.
Virei-me para dentro, para me aquecer. Mas tu não estavas lá, e não encontrei o teu cheiro pelos cantos desse lugar abandonado.
Só vi pó, e memórias que eu mal reconhecia.
Vi-me a mim. E deixei de te ver nesse dia.
Agora quero ver-te, mas já não consigo.
Deixei de ouvir-te.
Cantavas as músicas que eu quis que fossem minhas, que eu inventei que era eu a cantá-las. Acompanhava-te, e dançava, e sorria até chorar. Cantavas também, e eu sabia os teus poemas de cor.
Mas tu nem sabias que eu escrevia...
Tu não lias os meus poemas nem cantavas as minhas canções.
Com frio, liguei o fogo e incendiei-me. Dancei pela madrugada até ouvir outra vez o rouxinol. Cantei as minhas músicas, com saias compridas...Yo soy como el chile verde, Llorona...
Dancei despenteada, fiquei sem voz, de tanto ter cantado para mim.
Agora não reconheço o teu som. Falas e eu oiço o teu eco. Não entendo mais o que cantas, os teus poemas deixaram de ser os meus, reencontrei-me nas minhas palavras, naquelas que nunca soubeste ler.
Quero chegar a ti, mas já não consigo andar.
De tanto ter dançado nessa noite, fiquei deitada, dias a fio, noites em claro, a cantar por dentro, a ouvir-me, e saborear os meus suspiros, a ouvir a solidão. Já não sei andar, só consigo dançar. E agora, que queria chegar a ti, entendi que os teus passos não são os meus passos, não temos o mesmo ritmo, não andas descalço, não vamos pelo mesmo caminho.
Queria chegar a ti, mas não sei onde te escondes, nem sei se te sei procurar. Não sei do teu lugar nem dos teus segredos, não sei dos teus sonhos.
E os meus sonhos voltaram a ser donos de mim. Vieram buscar-me, e eu fui.
E agora, com as mãos secas, os olhos que não te vêm, os sons que não reconheço mais, os passos que não sei dar, vou voar...
De mãos abertas, olhos fechados, no silêncio dum caminho que não chegaste a conhecer.
O meu lugar é onde os sonhos são vividos descalça, de saia comprida, em frente a um fogo que me faz despenteada, livre, feliz.
Até um dia, meu amor.
*Mó
28.12.08
Caetano Veloso & Lila Downs. Burn it Blue.
terça-feira, novembro 25, 2008
Mon amour
Tout a commencé quand nos regards se sont croisés,
Tu a renversé mon coeur, tu l'a fait chaviré.
Un vent d'amour m'a fait perdre la tête
Notre histoire est née pour ne pas qu'elle s'arrête.
Notre amour grandit de jour en jour
Je te laisse entrer et ferme mon coeur à double tour.
Tout deviens beau et merveilleux
Quand je vais me noyer au large de tes yeux.
Des sentiments encore ignorés se sont crées
Il faut les conserver et ne jamais les briser.
Dans tes bras je pars m'envoler
Dans un monde doux et sucré.
La flamme de mes yeux s'est allumée
Le soir ou nos lèvres se sont touchées.
Aujourd'hui le destin nous appartient
A nous seul de savoir prendre le même chemin.
Mon amour pour toi est le plus grand
Je n'ai aucun doute sur mes sentiments.
Je t'aime.
- Julie Jamar -
When we talk in French, love seems more lovely...seems like it gets an unusual swetness. My love, Mon amour, is that the same?
segunda-feira, novembro 24, 2008
I used to sleep a lot, and dream a lot, and hope that one day I could wake up and turn the dreams into realities. But I didn't notice you were there.
We all have a small part of our brain that is mixed with our heart. We use to call it imagination, I use to see it as my biggest reality. That's why I prefer to sleep, and to dream, and to walk like I'm flying, and to smile like I'm crying.
I use to mix everything, the brain with the heart, the past with the future, the tears with the smiles, the hands.
We mixed our hands, and I didn't noticed that you have been there since always.
In the mix of reality and dreams, in that place that they use to call imagination, but actually is the place where I live.
The place where I build my chances and my reasons, my projects and my future, the place where I keep the memories and the hopes.
And you were always there, but I didn't notice.
Maybe because you didn't have a body, or a face, or a smell, but now I know you.
I know your place in my life, your smell in my nose, your eyes in my soul, your steps in my dance, your voice in my music, your hands in my hands, with the fingers mixed.

Istanbul. Taksim
Now I know you.
And now, that I finally saw you, I have to forget you.
They say all the time that I was dreaming.
You say that.
But I just want you to know, that I live there, in the same place where I dream.
And you were there.
And forgetting you, forget that you were always there, even before you have a face, or a smell, or a body, is the same than asking me to forget the place where I came from.
I won't do that.
I can't do that.
Sorry.
I love you.
*Mó
terça-feira, julho 22, 2008
A cada passo que dou no sentido infinito que tenho dentro de mim, vou chegando mais perto.
Examino as pedras do chão que calquei todos os dias,
que continuo a calcar cada vez que acordo, e elas conduzem-me para tantos lugares. sou eu por toda a parte,
em ruas de sol ou de chuva.
E é lá, nesse infinito de onde venho,
para onde parto cada vez que sonho,
que tu estás.
E vou fechando os olhos.
Lentamente, saboreando o tom doce dos passos que dou a voar,
vou caminhando e vou chegando mais perto...de ti.
...
Tão perto...
...Sinto já a tua mão nos meus olhos.
Adormece-me assim
...
Meu amor*
Mó*
vídeo: 1 de Janeiro de 2006.
domingo, julho 13, 2008
Dream on girl, dream on girl
I want to see you sleep tonight
You're up and down
You hit the ground
And time is drifting through your fears
I can't find your dreams tonight
And make your lover come back home
If you don't know, you are on your own
I'll choose the best place for your sleep
Come back to see the day
You lost your heart and all your hopes
I'll take you to see the sunrise
And try to catch your ghost, oh
Come on girl, a dream is your world
The signs you see are in your mind
The words that you speak, are here in my ear
So I can hear you falling down
Take a breath to see me
I can wait for you to
Live a live with no hopes but
If you still believe
Come back to see the day
You lost your heart and all your hopes
I'll take you to see the sunrise
And try to catch your ghost, oh
Dream on girl - Rita Redshoes