sexta-feira, fevereiro 20, 2009



A noite que me entoa os passos
pelas ruas onde passo
recua-me os sentidos
que bem escondidos,
sofridos
temidos
esperam que me esperes
nos teus braços.

O silêncio que me come
os tempos
ouve-te calar
por fora

e agora
que vou embora
em passos...lentos...
seguro-me pelos cantos
na esperança que me esperes
nos tantos
silencios que tiveres.


É tarde
que o sinto.
E é tão tarde que outrora
amanheceria a esta hora

numa espécie de aurora
e infinito.
Amanheceria contigo,
e em fingimento
só para que o sol
vindo do vento
fizesse desta hora
a demora que eu quisesse..


É tarde
e é silêncio
e os meus passos tortos,
mortos,
loucos,
são poucos.

Não te trazem
não me calam
não te levam
não me valem.

Não me servem:

Se não me adormecem
e não te chamam

não nos amam.


*Mó
20.02.09

img: http://www.gsfc.nasa.gov/gsfc/spacesci/pictures/soho/eclipse.jpg

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