Quero-te convencer que somos pó colado numa esfera muito grande.
Que um dia vem vento e somos atirados para outro sítio qualquer onde talvez não nos ensinem a respirar.
Quero que oiças de mim que não há fim para nada porque tudo é fim em si mesmo - as coisas só existem porque não existem sempre, é essa a diferença entre ser e estar - o existir num espaço de tempo mais ou menos definido.
Quero que, por um dia apenas, te apercebas que não sabes o que és, e que ninguém sabe.
Que sejas parte dum nada homogéneo, como são todas as estrelas dum céu bem iluminado. As estrelas não estão todas à mesma distância, como nós, que somos dispostos em lugares com magias distintas, mas no fim só brilhamos em conjunto.
Quero muito exigir que não olhes, que vejas.
Quero que seduzas sempre,
que te apaixones sempre,
que te encantes,
que te sintas de cores diferentes e de luzes diferentes, dentro do mesmo céu.
Quero muito que sejas água. E fogo. E terra. E ar.
E que a água que sejas seja simples assim: H2O...
porque até o primeiro elemento é resultado duma dupla de átomos. Como tu, como eu, como todos...
(és sítio onde as mãos se dão)...
11.06.06
Mó*
1 comentário:
A timidez de baloiçar
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