sexta-feira, setembro 02, 2005

Metáforas de tudo o que são.

Sempre quis ter uma roseira. Daquelas que dão rosas todas as primaveras em flor.
Não queria saber de plantas em vasos, de ramos com arranjos e bilhetes de amor.

Só queria uma roseira.

Cheguei a escrever num diário que sonhava com o dia em que chegavas e me oferecias uma semente pequenina que eu plantava no cantinho mais bonito do jardim. Deixei o diário aberto, na esperança que lesses.

Sempre quis poder escolher a rosa mais bonita e penteá-la de manhã. Depois, escolher a rosa mais pequena e beijá-la antes de dormir, pedir-lhe que crescesse um dia.
Quis oferecer-te um espinho e uma pétala dentro dum envelope sem remetente.

Só com a tua voz no destinatário.

Queria uma roseira num cantinho do jardim. Sozinha, vaidosa, encantadora.
Só queria que fosse minha.


Um dia recebi um envelope.
Sem destinatário, com o teu nome no remetente.

"É a semente duma flor. E um beijo."
Plantei no cantinho do jardim.

Nunca nasceu.
Como esse beijo que nunca chegou.


Mas eu nunca quis um beijo.
Só quis uma roseira. Sozinha, vaidosa, encantadora... que fosse só minha.

Sempre quis ter uma roseira. Daquelas que dão rosas todas as primaveras em flor.
Disseram-me que os sonhos são botões de flor com um perfume que não morre. Botões de rosas.
Por isso é que eu
nunca quis um beijo.
Só quis uma roseira. Sozinha, vaidosa, encantadora...


01.09.05
*Mó

(foto de Joyce Tenesson)

1 comentário:

Pescador disse...

Lindo... estou sem palavras ... por isso ... toma

http://www.thefilehut.com/userfiles/Lobitanga/rosa.jpg


Bjs doces
Pescador