domingo, abril 16, 2006
Acabou-se a limitação dos sentidos.
Esperar por dias que não vêm
é não viver aqueles que passam
e nem me chamam mais.
Afinal não somos assim tão iguais.
E nem princesas adormeçem
com as janelas abertas
para claustros vazios.
Não tens luzes cobertas,
mas infinitos sombrios.
que se derramem agora, viscerais!
e ensanguentados
os teus lamentos!
que acabados estão os meus infernais momentos.
Que acabado está o encanto,
a sublimação.
E o que fui em mim
num gesto de nós
numa nossa caminhada,
o teu silêncio sem fim
fez acabar assim...
...em nada.
Mó
16.04.06
(foto: Vlado Janzekovic; "Sahara shadows")
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1 comentário:
Andava eu a vagear por alguns blogs em busca de alguma poesia ou pelo menos alguns textos originais, não editados, mas acima de tudo sentidos e eis que deparo com este teu blog.
E este teu poema arrepiou-me porque também eu escrevo e quando me saiem palavras análogas a estas, significa que por detrás delas não há apenas um espelho mas um mundo de sentimentos e emoções.
Está lindissimo, mesmo sem titulo, até porque, nem tudo tem de ter um rótulo. Gostei particularmente da frase "afinal não somos assim tão iguais". É que por vezes vagueio nos blogs à procura de pessoas que, tal como eu, sintam mais do que o passar dos dias, e acabo por descobrir tanta gente que como eu, o faz. Ou seja, afinal não estou sozinho, não estás sozinha. Basta "gritarmos"... Continua a "gritar".
Pierrot (heartpierrot.blogspot.com)
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