recapitula o ensinamento:
Lê o contratempo.
Memoriza o que precisa
o teu discernimento.
Retorna.
Lê o capítulo dobrado.
Relê com cuidado.
E evacua
da folha o fonema.
Faz disso modo
ou estratagema.
Lê em acontecimento.
A parte do intento
dum dilema.
A parte em que o texto
é poema.
O inseguro grito
sem ar.
A parte da alma
de amar.
21.06.05
*Mó
terça-feira, junho 21, 2005
sexta-feira, junho 17, 2005
Tocos de iras.
Trapalhadas.
Agarrei-te nos pés,
andei no teu passo.
Cem horas cansadas
sem dores de cansaço.
Partes de cenas,
actos de peças
de coisas pequenas.
Os lados do plano,
ou um canto da curva.
Um lago de patos
de água turva.
Agarrei-te nas sombras.
Pelos cantos.
Mordida de luz,
perdida de prantos.
Tocos de iras.
Rasgos de folhas
em tiras
de velhas
mentiras.
Partes de cenas
do fim.
Partes de perdas
de mim
17.06.05
*Mó
Trapalhadas.
Agarrei-te nos pés,
andei no teu passo.
Cem horas cansadas
sem dores de cansaço.
Partes de cenas,
actos de peças
de coisas pequenas.
Os lados do plano,
ou um canto da curva.
Um lago de patos
de água turva.
Agarrei-te nas sombras.
Pelos cantos.
Mordida de luz,
perdida de prantos.
Tocos de iras.
Rasgos de folhas
em tiras
de velhas
mentiras.
Partes de cenas
do fim.
Partes de perdas
de mim
17.06.05
*Mó
quinta-feira, junho 16, 2005
Desculpa
que me perdi
por aí.
Desculpa
que tropecei.
Desculpa
se me enganei.
Desculpa.
Não me encontrei.
Não encontrei
ninguém.
Desculpa,
não sei onde fica.
Desculpa
a quem não me explica.
Desculpa
as coisas pequenas.
os telefonemas.
Desculpa
a minha demora
Desculpa
não ter ido embora.
Desculpa
os encantamentos.
Desculpa
os momentos
de magia.
Desculpa
mais este dia.
Desculpa
as desculpas
para não dormir.
e desculpa-me por não partir.
Se me desculpares
as feridas
desculpa-me as balas perdidas.
Desculpa
ter-te acertado.
Desculpa tê-lo feito
no segundo errado.
Mas não aceites
nenhum pedido,
de quem se tenha perdido.
Se me perdi por aí
desculpa o meu pecado
mas foi propositado
o esquecimento
Desculpa,
mas não lamento.
16.06.05
*Mó
que me perdi
por aí.
Desculpa
que tropecei.
Desculpa
se me enganei.
Desculpa.
Não me encontrei.
Não encontrei
ninguém.
Desculpa,
não sei onde fica.
Desculpa
a quem não me explica.
Desculpa
as coisas pequenas.
os telefonemas.
Desculpa
a minha demora
Desculpa
não ter ido embora.
Desculpa
os encantamentos.
Desculpa
os momentos
de magia.
Desculpa
mais este dia.
Desculpa
as desculpas
para não dormir.
e desculpa-me por não partir.
Se me desculpares
as feridas
desculpa-me as balas perdidas.
Desculpa
ter-te acertado.
Desculpa tê-lo feito
no segundo errado.
Mas não aceites
nenhum pedido,
de quem se tenha perdido.
Se me perdi por aí
desculpa o meu pecado
mas foi propositado
o esquecimento
Desculpa,
mas não lamento.
16.06.05
*Mó
segunda-feira, junho 13, 2005
Palavra ou rima
ou metáfora em cima
da frase
ou quase...
ou tudo.
Ou quase tudo.
Quase mudo.
Quase anti-tese.
Sem tese.
Sem esquema.
Que é vã a alegoria
de ser dilema
noutro dia.
Ou na noite de marasmo,
ou no tema
dum espasmo
de poema.
Duma rima.
Escrita em cima
da metáfora
da frase.
Da quase asa
dum fonema.
Dum quase quase
medonho.
Quase poema.
Quase sonho.
26.05.05
*Mó
ou metáfora em cima
da frase
ou quase...
ou tudo.
Ou quase tudo.
Quase mudo.
Quase anti-tese.
Sem tese.
Sem esquema.
Que é vã a alegoria
de ser dilema
noutro dia.
Ou na noite de marasmo,
ou no tema
dum espasmo
de poema.
Duma rima.
Escrita em cima
da metáfora
da frase.
Da quase asa
dum fonema.
Dum quase quase
medonho.
Quase poema.
Quase sonho.
26.05.05
*Mó
domingo, junho 05, 2005
o amor é para os parvos
Costumavas dizer:
-Quando penso em ti, vejo-te com a cabeça pousada nos meus joelhos, a olhar para mim com os olhos grandes. Ás vezes tens os olhos fechados e estás a dormir, mas o que interessa é que é assim que eu penso em ti: com a cabeça pousada nos meus joelhos, quieto, enquanto passo a mão, devagar, pela escova mole dos teus cabelos.
(...)
É sobretudo agora, que já aqui não estás, que gosto de imaginar-me tal qual tu então me vias
-Com a cabeça pousada nos meus joelhos, quieto, enquanto passo a mão, devagar, pela escova mole dos teus cabelos.
Mas não posso já aninhar-me no teu colo e a verdade é que mesmo tu, tenho a certeza, não me recordas já assim. Só se fosses parva e preferisses enganar-te, preserverando em não querer entender quem eu sou.
(...)
O amor é para os parvos, eu sei, e a vida sem motivos é para os pobres de espírito; para os que não têm coragem, nem força, nem ânimo para morrer. (...)Pareço um mau actor de um mau filme, eu sei. Um desses com poucos diálogos e quase nenhuma acção, em que as pessoas conversam com as cadeiras e com as paredes com palavras que já ninguém usa, com frases que ninguém diz. É um bom motivo para que não voltes, eu sei(...)
Mas somos dois corpos ainda. Dois corpos a que falta uma meia parte, a tua presença, ainda que as vezes, à noite, quando o ruído da cidade cessa e não se escuta mais do que este silêncio cheio de pequenos sons, eu possa pressentir os teus passos a caminhar pela sala, espiando-me enquanto escrevo, calado, sem nada dizer.
É então que me ergo e apago a luz e vou aninhar-me no sofá que está peto da janela. Poiso a cabeça e fico
-Quieto
como um gato, sentindo a impossibilidade dos teus dedos massajando, devagar, a escova mole dos meus cabelos.
(...)
Manuel Jorge Marmelo - "O Amor é Para os Parvos"
-Quando penso em ti, vejo-te com a cabeça pousada nos meus joelhos, a olhar para mim com os olhos grandes. Ás vezes tens os olhos fechados e estás a dormir, mas o que interessa é que é assim que eu penso em ti: com a cabeça pousada nos meus joelhos, quieto, enquanto passo a mão, devagar, pela escova mole dos teus cabelos.
(...)
É sobretudo agora, que já aqui não estás, que gosto de imaginar-me tal qual tu então me vias
-Com a cabeça pousada nos meus joelhos, quieto, enquanto passo a mão, devagar, pela escova mole dos teus cabelos.
Mas não posso já aninhar-me no teu colo e a verdade é que mesmo tu, tenho a certeza, não me recordas já assim. Só se fosses parva e preferisses enganar-te, preserverando em não querer entender quem eu sou.
(...)
O amor é para os parvos, eu sei, e a vida sem motivos é para os pobres de espírito; para os que não têm coragem, nem força, nem ânimo para morrer. (...)Pareço um mau actor de um mau filme, eu sei. Um desses com poucos diálogos e quase nenhuma acção, em que as pessoas conversam com as cadeiras e com as paredes com palavras que já ninguém usa, com frases que ninguém diz. É um bom motivo para que não voltes, eu sei(...)
Mas somos dois corpos ainda. Dois corpos a que falta uma meia parte, a tua presença, ainda que as vezes, à noite, quando o ruído da cidade cessa e não se escuta mais do que este silêncio cheio de pequenos sons, eu possa pressentir os teus passos a caminhar pela sala, espiando-me enquanto escrevo, calado, sem nada dizer.
É então que me ergo e apago a luz e vou aninhar-me no sofá que está peto da janela. Poiso a cabeça e fico
-Quieto
como um gato, sentindo a impossibilidade dos teus dedos massajando, devagar, a escova mole dos meus cabelos.
(...)
Manuel Jorge Marmelo - "O Amor é Para os Parvos"
quinta-feira, junho 02, 2005
Em ti.
Na linha.
No vácuo
da minha carreira
não houve barreira.
No passo
batente.
No embaraço
do teu insistente
cansaço...
Na tua cegueira
de gente.
Na dobra do corpo.
Na vértebra
dobrada.
Uma cobra encantada.
Um louco.
Uma fada...
...tão pouco
...tão nada.
*Mó
01.06.05
No vácuo
da minha carreira
não houve barreira.
No passo
batente.
No embaraço
do teu insistente
cansaço...
Na tua cegueira
de gente.
Na dobra do corpo.
Na vértebra
dobrada.
Uma cobra encantada.
Um louco.
Uma fada...
...tão pouco
...tão nada.
*Mó
01.06.05
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