segunda-feira, dezembro 29, 2014

(de Fátima)


Dum jeito manso, adoçicado,
cebelo negro
vestido bordado
foste chegando
do lado.

Sereia de terra
moreno rasgado.

Fugi pelo mato, 
quebrei o meu pacto
e não mais me reconheci
desde o momento

exacto

em que te vi.

O teu cheiro no vento
esse corpo, nessa saia.

Que caia! Que caia!
O coração que sustento!

Esse que vai dentro do peito
bem em cima da costela.

Que caia! 
Que é meu o direito
de gostar tanto dela. 

29.12.2014