terça-feira, março 25, 2014

sub-feliz.

"Sub-feliz." 

Li sobre isso hoje pela primeira vez e fiquei a pensar, fiquei a sentir-me para ver se ainda me sentia. Sub-feliz, sub-desiludida, sub-iludida. Sub-vida.

Vibrou nas paredes firmes que fui construindo, e elas, não tão firmes assim, abriram fendas.Vibrou nas certezas e nas certas desconfianças. Vibrou que não há confiança nessa sub-certeza.
Houve uma de mim que foi certinha demais, organizadinha demais, direitinha demais e por ser demais, sub-amou. Sub-viveu. Morou num lugar racionado, estrutura planeada, tão certa e tão organizada: 

sorrir sem gargalhar, comer sem engordar, pedir sem implorar, entristecer sem chorar, beijar sem tocar, ir sem despedir, amar sem preencher,
sub-sentir
sub-viver.

E houve uma em mim toda errada, toda desencontrada, mas que tinha uma certeza mais certa do mundo todo e de todos os universos imaginários, imaginariamente reais, infinitamente certos e profundos.
Houve um dia uma em mim que só sabia da tristeza em mares de lágrimas, de sorrisos em rosto rasgado, de exageros e prazer, de beijos de filme, histórias de livro, amores de imensidão.

Amores de paixão. Vida de amor. Dias de VIDA.

Inteira, intensa, imensa. Maravilhada, menina, misteriosa, menina - Mulher.

E essa que houve um dia, construiu um dia portas abertas, janelas iluminadas, cheias de incertezas e sonhos.
cheia de amor, de presente, de agora.


E hoje, nas fendas abertas dos muros certos de uma sub-felicidade, de uma sub-vida, essas portas e janelas apareceram. 
Invadiram de luz. 


E de hoje, de agora, já só poderei ser feliz. 
Só poderei Ser.
Quem fui.
Quem sou.



I don't want to judge


What's in your heart
But if you're not ready for love
How can you be ready for life?
How can you be ready for life?




So let's love fully
Let's love loud
Let's love now

(Soko: We might be dead by tomorrow)